CONQUIST ODONTOLOGIA | 06/04/2015 – Atualizado em 21/12/2021 |⌛️ 4 MIN.
A cárie é considerada a doença prevenível mais comum. Ainda é o maior problema de saúde bucal do país e se não tratada, pode trazer inúmeros outros problemas graves para a saúde ao longo de toda a vida.
Quais são as causas?
Ela é causada por ácidos produzidos por bactérias presentes naturalmente na cavidade oral, sendo a principal a Streptococcus mutans. É uma doença multifatorial, ou seja, depende da “união” de alguns fatores para ocorrer, como: dieta, tempo e higiene oral.
Nosso organismo está constantemente repondo os minerais que mantêm a dureza e a integridade dos dentes, e a saliva tem um importante papel nesse processo. Ela também ajuda a equilibrar a acidez da boca, relacionada ao surgimento de cáries. Portanto, qualquer condição que prejudique a produção de saliva, como diabetes descontrolado e alguns tratamentos quimioterápicos, predispõe ao problema.
Algumas condições que variam de pessoa para pessoa, como composição da placa bacteriana e deficiências na produção de esmalte, também aumentam a vulnerabilidade a cáries
A cárie é transmissível?
Apesar de ser causada por uma bactéria, a cárie não é transmitida de pessoa para pessoa por meio de beijos ou compartilhamento de objetos, isso porque está diretamente relacionada com os hábitos alimentares e de higiene de cada pessoa.
Cárie na infância
A cárie dentária em crianças pré-escolares é uma doença comum, e que na maioria das vezes não é tratada, podendo ter profundo impacto na vida das mesmas.
Atinge mais de 600 milhões de crianças no mundo.
Atenção aos Dentes de Leite
Os dentes decíduos (de leite) mantém o espaço para a dentição permanente e são essenciais para o bem-estar da criança. Cáries nestes dentes podem causar dor crônica, infecções e outras morbidades.
No Brasil, 30% das crianças entre 1,5 e 3 anos apresentam cárie e, após os 5 anos, 53% das crianças já tiveram cáries (Ministério da Saúde). A Associação Brasileira de Odontologia alerta que estas crianças apresentam em média mais de duas cáries nos dentes decíduos.
A Prevenção é Primordial
Estudos mostram que crianças que vão ao dentista pelo menos 4 vezes ao ano veem as chances de ter cáries diminuídas em 70%, segundo a Associação Brasileira de Odontologia.
A cárie precoce na infância é considerada presente em uma criança se ela tiver menos de 6 anos de idade e já tiver desenvolvido duas ou mais cáries na primeira dentição.
De acordo com a Academia Americana de Odontopediatria (AAPD), crianças têm cinco vezes mais chances de serem diagnosticadas com cárie precoce na infância, do que com asma.
A primeira visita ao odontopediatra deve ser feita quando nascem os primeiros dentinhos, por volta de 6 meses.
Como diagnosticar a Cárie Dentária:
Apenas o profissional saberá diagnosticar a cárie. Através de um exame clinico bem detalhado e com raios-x para complementar e se obter um diagnóstico correto, pois a cárie pode ser muitas vezes confundida com sulcos e fissuras pigmentados.
“Nem tudo que é preto nos dentes é cárie, pois a cárie começa como uma mancha branca. Porém nem tudo que é mancha branca nos dentes é cárie também! Por isso a importância de uma avaliação e acompanhamento por um profissional!”
Como ocorre:
O processo de formação da cárie é o mesmo para a dentição decídua e permanente. Tudo começa com a colonização das bactérias bem na superfície do dente. Elas, por sua vez, começam a metabolizar carboidratos fermentáveis, como a própria sacarose, e produzem ácidos orgânicos, o que faz o pH da boca diminuir. Se este cenário persistir, o esmalte dentário já começa a ser desmineralizado e, assim, surgir a lesão cariosa. Essa desmineralização se apresenta como manchas brancas, que um dentista pode detectar facilmente através do exame clínico e intervir com orientações aos pais e procedimento no consultório. Se o problema não for diagnosticado a tempo, acaba refletindo em um tipo de cárie mais grave, podendo destruir toda a coroa dentária.
É uma doença que surge com o acúmulo de placa bacteriana nos dentes, mas que pode ser prevenida com uma boa higiene bucal. Assim, podemos dizer que é um problema capaz de ser evitado em qualquer fase da vida, inclusive na infância. Ainda mais nos dias de hoje em que a odontopediatria é bastante voltada para a prevenção do problema. Uma criança pode sim crescer livre de cáries desde que os pais sejam orientados quanto a importância da higiene bucal.
Como prevenir:
Conscientizar pais/cuidadores, técnicos em saúde bucal, pediatras, enfermeiras, outros profissionais de saúde e outros grupos interessados no tema;
Limitar o consumo de açúcar em alimentos e bebidas e evitar açúcares livres para crianças com menos de 2 anos de idade;
Escovar os dentes de todas as crianças duas vezes ao dia com pasta fluoretada (ao menos 1000 ppm) usando uma quantidade adequada de dentrifício;
Prover orientações preventivas no primeiro ano de vida por um profissional de saúde ou agente comunitário de saúde (em conjunto com programas já existentes, como as campanhas de vacinação, sempre que possível) e idealmente, referir para um dentista para manutenção e cuidados preventivos.
A prevenção e tratamento das cáries consistem (além dos itens acima mencionados) em controle efetivo das lesões iniciais, com aplicações de verniz fluoretado e selantes de fissuras em dentes molares. A paralização das lesões já instaladas nos dentes, com tratamento de remoção do tecido afetado (cariado), e preservação das estruturas sadias do dente são os métodos de tratamento aconselhados.
A prevenção é o caminho para se evitar esses males.
Se, para o adulto, duas visitas anuais ao cirurgião-dentista são suficientes, para as crianças a recomendação é de visitas mais frequentes, segundo dados da Organização Europeia de Pesquisa sobre a Cárie , que dita o acompanhamento profissional como fundamental, especialmente para as crianças, porque pode reduzir em até 69% a incidência de cáries entre 0 e 3 anos de idade. Além disso, durante a consulta o especialista pode orientar os pais para a promoção de hábitos corretos de higiene para eles, para a criança e mesmo ao bebê.
Levando seu filho regularmente às consultas para fazer as limpezas e seguindo todas as recomendações do dentista, é possível proteger a criança dessas lesões e manter um sorriso lindo e saudável.