Levar a criança para saber se precisa usar aparelho dentário com um Ortodontista possibilita o diagnóstico precoce, ajudando, e muito, a evitar vários problemas de saúde.
CONQUIST ODONTOLOGIA| 16 dez. 2018 | 5 min.
É muito comum os pais não saberem qual a idade ideal para colocar aparelho dentário nos filhos e nem quando levá-los pela primeira vez a uma consulta com o profissional ortodontista.
Ouvimos diversas vezes a seguinte expressão: mas eu levei ao dentista e nunca me informaram que meu filho precisaria usar o aparelho ou que precisaria passar por uma avaliação ortodôntica.
O que muitos pais esquecem é que dentro da odontologia existem mais de vinte especialidades e cada profissional escolhe seguir pela que mais se identifica. Essa pratica na medicina já é muito conhecida, ou seja, se você está com problemas no coração provavelmente irá procurar por um cardiologista e assim com as outras especialidades médicas.
A mesma lógica deve ser utilizada na odontologia. Por esse motivo o ideal é levar seu filho para saber da necessidade de usar aparelho com um ortodontista ainda na infância.
Mas, qual a idade ideal para colocar aparelho dentário?
É muito comum os pais pensarem que o aparelho dentário é iniciado apenas quando o filho já está 100% com a dentição permanente, ou seja, quando já houve a troca de todos os dentes. O que muitas pessoas não sabem é que, dependendo do tipo de má oclusão ou da necessidade de tratamento de cada criança, é possível e ideal fazer intervenções precoces.
Muitas vezes temos que iniciar o tratamento por volta dos 6, 7, 8 anos de idade. Dos 6 aos 10 anos é uma fase muito boa para fazer as primeiras avaliações com o ortodontista. Visto que, na maior parte dos casos essas são as idades principais para que seja possível trabalhar a estrutura óssea do paciente, e não só dentes.
No que diz respeito a estrutura óssea conseguimos avaliar a necessidade de remodelação ( estimular ou restringir o avanço da mandíbula). Já na maxila os aparelhos ortopédicos podem promover movimentos como:
- Expansão;
- Retrusão; ou
- Avanço maxilar.
Essas correções precisam ser realizadas ainda em fase de crescimento da criança.
Prazo limite para o Tratamento Ortopédico.
O prazo máximo para desenvolver esse tratamento ortopédico é normalmente o período dos 11 aos 13 para as meninas e dos 12 aos 14 para os meninos. Fase em que as crianças têm o surto de crescimento, portanto idade ideal para trabalharmos com a estrutura óssea.
Havendo a necessidade de fazer uma intervenção precoce, e passado do prazo ideal citado acima, corre-se o risco de comprometer o resultado final do tratamento ortodôntico, ou a necessidade de intervenções cirúrgicas.
Nos casos em que o paciente não tem estrutura óssea suficiente para acomodar todos os dentes permanentes, em virtude de os dentes permanentes serem maiores do que a estrutura óssea pode suportar opta -se por fazer extrações de alguns dentes para que todos eles possam acomodar-se corretamente.
Isso ocorre normalmente quando não se fez uma intervenção ortodôntica precoce para preparar uma estrutura óssea adequada para acomodação de todos os dentes. Veja o exemplo abaixo:
Apinhamento Dental.
O inverso também é verdadeiro, nos casos em que existe uma discrepância óssea (por falta ou excesso de maxila ou mandíbula) muitas vezes precisamos fazer uso de um tratamento cirúrgico hospitalar em casos que a ortodontia sozinha não consegue resolver cem por cento. Vale salientar que a grande maioria dos casos onde é diagnosticado precocemente essas discrepâncias ósseas essas intervenções podem ser evitadas.
Listamos os maiores benefícios em colocar o aparelho dentário precocemente:
- Possibilidade de evitar extrações de um ou mais dentes durante a pré-adolescência ou adolescência;
- Evitar ou minimizar a necessidade de cirurgias ortognáticas em virtude da falta ou do excesso de desenvolvimento ósseo;
- Evitar ser respirador bucal, consequentemente ter o céu da boca profundo e atrésico;
- Precisar realizar um acompanhamento com fonoaudióloga para fazer a reprogramação lingual. Isso devido a não correção de uma mordida aberta desenvolvida por hábitos parafuncionais na infância. Saiba mais sobre a relação entre Fonoaudiologia e Ortodontia.
- Ronco e Apneia do Sono: Seguindo as alterações faciais e com a possível soma de outros fatores, a via aérea alta tende a ficar obstruída durante o sono, o que pode levar ao ronco e à apneia do sono.
- Cansaço Frequente: A respiração pela boca provoca desconforto durante o dia e um sono ruim durante a noite. O resultado pode ser um cansaço contínuo.
- Boca seca / mau hálito: a respiração pela boca também é uma causa para a boca seca e, consequentemente, o mau hálito. Isso acontece, pois, o ato de respirar provoca o ressecamento e uma descamação excessiva de células da mucosa bucal. Essa descamação, por sua vez, serve de alimento para as bactérias responsáveis pelo mau hálito.
- Infecções das Vias Aéreas: O ar que entra pela boca perde o “condicionamento” realizado pelo nariz. Assim, a garganta e pulmão podem ficar fragilizados pela agressão desse ar de má qualidade.